"Chambord Inachevé" : Entre o real e o imaginário

2019, ano correspondente ao desenvolvimento do trabalho da dissertação de mestrado, corresponde também ao ano de envolvimento no projecto Chambord Inachevé: L'utopie à l'oeuvre. Com a presente dissertação propõe-se a exposição do trabalho de resposta a concurso como dispositivo estimulador que segue, agora, o fluxo da investigação a partir da história da figura que integra e que acompanhou o presente ano: Chambord. O palco das vontades dos homens, pronto a receber os mais diversos cenários, traduz-se aqui por uma estrutura que acompanha a sua história e que suscitou outras interpretações e respectivas derivações de discurso, dando força à ramificação da narrativa, promovendo uma outra que se desenvolve e envolve à margem do objecto central. A estrutura segue o modelo de um texto dramático, "para não perder o contacto com o fundo que a [ilusão] cobre/ com essa realidade elementar e pré-textual/ com essa "pré-existência" cénica que é matéria-prima da cena"1 e divide-se, assim, em três actos: o primeiro - Ênfase - onde aborda o momento da valorização do homem enquanto ser criativo, e o enquadramento histórico do Château de Chambord enquanto elemento marcante na afirmação das artes em França, a par do rei François Ier. O segundo acto - Suspense - evoca a convergência das várias disciplinas na procura da formação e do funcionamento da imaginação criativa, no entendimento da arquitectura como manifestação do imaginário. Vem também corresponder à reflexão sobre a incerteza da condição humana e consequentes acções, a par da inevitável e implacável passagem do tempo que se assume a mando da memória que por entre ele resiste e persiste. Por último, correspondendo ao avanço da narrativa de Chambord - Clímax - que espelha a condição presente e a expectativa pelo desfecho de um futuro incerto, a reflexão sobre a condição do château enquanto monumento que enfrenta as resistências do tempo numa vontade persistente de permanência. É neste sentido que retornamos à origem e ao primeiro estímulo do trabalho, pela apresentação da resposta ao concurso.2019, the year that corresponds to the development of this essay, also corresponds to the year of the involvement in the project Chambord Inachevé: L'utopie à L'oeuvre. The present essay proposes the exhibition of the proposal to the competition as a device that stimulate and now follows through the flux of investigation starting from the history of this figure that combine the personal experience throughout the present year: Chambord. The stage of the men's will, ready to receive all diferent scenarios, expressed through a structure that follows its history and that raises other interpretations and the respective derivation's of speech, giving strength and will to the ramification of the narrative and promoting another one that develops and involves on the sidelines of the central piece. The structure follows the standard of a dramatic text, "not to lose the contact with the profoundness that the [illusion] covers/ with that elemental reality and pre-textual/ with that "pre-existence" scenic which is the raw material of the scene"2 and is divided in three acts: the first act - Ênfase - which addresses the moment of men appreciation, as a creative human being and the historical framework of the Château de Chambord as a striking element in arts affirmation in France, along with the king François Ier. The second act - Suspense - reaches the convergence of the various disciplines in search of the formation and functioning of the creative imagination, in the understanding of architecture as the object of the act of the imaginary. It also corresponds to the reminder of the uncertainty of our condition and the inevitable and relentless passage of time assumed by the memory that resists and persists through it. At last, corresponding to the advance of Chambord's narrative - Clímax - which reflects the present condition and the expectation for the outcome of an uncertain future. The reflection on the condition of the château as a monument that faces the resistance through time in a persistent desire for permanence. It is in this sense that we go back to the origin and to the first stimulus of the present work, by presenting the response to the competition that lead to all this